terça-feira, 25 de abril de 2017

Conheça posição de pilotagem para alguns tipos de motos. Cheque antes de comprar a sua!

Posição de pilotagem e propósito são cruciais para escolher motoFeita para pista, esportiva cansa quem quer dar um simples passeio. Nas trail, guidão é alto; as naked oferecem uma postura 'meio termo'.

Para pilotar bem uma motocicleta é necessário ter alguma destreza, experiência e – muito importante – sentir-se à vontade. Este último ingrediente é muito subjetivo, mas sofre uma interferência tremenda de um aspecto definido desde a prancheta, quando o projetista traça as primeiras linhas da motocicleta que nascerá: a posição de pilotagem.

Escarrapachado como nas motos estilo custom, com os pés lá na frente e as mãos segurando um largo guidão ou encarapitado na superesportiva, peito colado no tanque e nariz enfiado no farol? Pouco importa. Seja qual for o estilo de moto de sua preferência, você só vai pilotar bem se estiver se sentindo bem ao guidão.

Os diversos tipos de motos que existem atualmente seguem receitas que são definidas de acordo com sua utilização prioritária. Uma moto como a Honda CBR 1000RR Fireblade atende ao cliente que deseja esportividade, potência de sobra e comportamento agressivo nas respostas aos comandos.

Sofrendo nas esportivas
Pilotar um desses "mísseis" significa sempre estar "no fio da navalha", e o diligente grupo de japoneses que empenhou todo seu conhecimento técnico ao projetar esta moto visou atender ao usuário que quer rodar a 200 km/h, mergulhando nas curvas ralando o joelho no chão.

Este é você? Se sim, ótimo: com cerca de R$ 60 mil seu sonho está na revenda mais próxima. Mas, se por acaso seu plano é passear na avenida beira-mar, pegando a brisa da tarde, a Fireblade vai ser um estorvo.

O calor do motor, em vez de ser levado pela lufada dos 200 km/h, vai subir e cozinhar você em fogo brando. Os braços vão ficar cansados de sustentar o peso de seu tórax inclinado para frente e, por fim, aquela linda gatinha que você acabou de conhecer vai notar que, apesar de linda, sua moto é um horror em termos de conforto, pois não foi feita para levar ninguém ali atrás, naquele estofado pouco maior do um cartão de crédito.


'Sofá-moto'
Já o extremo oposto é a estonteante Harley-Davidson Ultra Classic, moto comparável a um piano de cauda tanto pela tamanho quanto pela finalidade, pois com ela você será um maestro das estradas. Vai rodar na cidade, no horário de pico? Não, faça isso! Você odiará, entalado no meio do mar de carros, se envenenando com o monóxido, sem recursos como fechar a janela e ligar o ar-condicionado.

E se você for viajar com aqueles amigos rasgadores de asfalto, a turma que encara qualquer curva como se não houvesse amanhã? Uhmm, melhor não: seu "sofá-moto" Ultra Classic de mais de R$ 80 mil não gosta de radicalismos, foi feita para curtir tranquilamente a paisagem, ouvindo o pulsar do mitológico motor norte-americano ou o estupendo sistema de som, e fazendo sua companhia desfrutar de uma verdadeira poltrona. Esta sim é a melhor alternativa.


Guidão alto
Do posicionamento racing da Fireblade ao trono imperial da Ultra Classic há um espaço enorme, preenchido pela moto nossa de cada dia que, seja qual, for atende à especificação para a qual foi criada.

Nas trail, como a Yamaha XT 660 Z Ténéré, o banco alto é avançado e faz o guidão largo ficar bem próximo de seu peito, alto também. A razão disso? Facilitar a pilotagem em terrenos difíceis, oferecendo melhor controle.


Meio-termo
Nas naked (sem carenagem), assim como nas mais simples e populares utilitárias do país – Honda Hornet e CG 150 são os melhores exemplos – o posicionamento é meio termo: nem "tanto ao mar", avançadíssimo, como em uma superesportiva estilo Fireblade, nem "tanto à terra", escarrapachado com na Ultra Classic, e tampouco "espetado" no alto de um pico como na Ténéré.

O posicionamento nestas naked é mediano, para uma pilotagem que privilegia a tocada urbana, cenário de uso da maioria das motos no Brasil.
Fontes:
Roberto Agresti
Especial para o G1

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